Criminalidade e irresponsabilidade tratadas como normais

01/03/21 - 09:28

No fim da tarde de terça-feira, 23, o empresário Vicente Paixão Júnior (Juninho do Maquiné Park Hotel), pegou a bicicleta e foi pedalar, em sua prática diária de atividade física, numa região tranquila do trecho desativado da BR-040, quase no centro da tranquila Paraopeba. De repente, um motociclista, em velocidade absolutamente incompatível, o colhe no acostamento e o arremessa a muitos metros de distância. Mesmo usando capacete e demais equipamentos de segurança para todo ciclista, Juninho teve sérios ferimentos na cabeça e até o momento em que este editorial era escrito, ele se encontrava sob observação na UTI do Hospital Municipal de Sete Lagoas, depois de passar por cirurgia que durou em torno de quatro horas. Que tudo corra bem e que tenhamos melhores notícias nas próximas horas.

Na semana passada, a imprensa nacional levou comoção ao país ao informar a morte de uma criança de cinco meses e da sua cuidadora, de 41 anos, vítimas de um motorista inabilitado. A bebida da festa na qual ele se encontrava acabou, na madrugada, e ele saiu para buscar mais, quando ocorreu o fato.    

Os repórteres chamam os causadores de tragédias como essas de “imprudentes” ou “infratores”, quando na realidade são criminosos, marginais que não obedecem à legislação e nem ao bom senso humano. Para piorar, os aplicadores das leis, se utilizam das atenuantes, do lado brando delas, para livrar a pele desses agentes do mal.

E assim funciona a vida no Brasil. Aqui ou em qualquer parte destes 8.516.000 km² de área territorial, que poderia ser o melhor país do mundo para se viver. Enquanto isso, em Brasília, o Presidente da República procura abrandar as leis, em sintonia com a pior estirpe de deputados e senadores com quem se aliou, frustrando a quem acreditou nas suas promessas de campanha, contra a corrupção e desmandos que acometem o país desde a descoberta por Pedro Álvares Cabral.

Entre as frases falsamente atribuídas ao físico Albert Einstein, uma delas se aplica perfeitamente ao Brasil: “A definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes”, ou “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”.

É isso. O Brasil é essa loucura que atravessa séculos. E pelo andar da carruagem, vai continuar atravessando.

Veja Mais