Editorial | Impunidade revoltante

27/11/20 - 12:00

Sete Lagoas voltou ao noticiário nacional sobre escândalos de corrupção, envolvendo o poder judiciário, conforme notícia do Globo.com, de terça-feira, 24: “... A Polícia Federal (PF) realiza a Operação Iniquidade para combater crimes como peculato, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa em Minas Gerais e Espírito Santo.

A 1ª Vara Criminal de Sete Lagoas, na Região Central do estado, expediu 26 mandados de busca e apreensão em casas, empresas e escritórios de advocacia nas cidades mineiras de Belo Horizonte, Nova Lima, Sete Lagoas, Teófilo Otoni e Carlos Chagas, e nas capixabas de Vila Velha e Pinheiros... As investigações apontaram indícios de crimes praticados durante tramitação de processos de falência de duas empresas, após relato de empresários de Sete Lagoas, em que o juiz estaria solicitando vantagens indevidas em função do processo.

Segundo as apurações, os juízes Flávio Prado Kretlin e José Ilceu Gonçalves Rodrigues, alvos principais da ação policial, que não têm relação entre eles, teriam se utilizado de processos de falência para obter vantagens enquanto atuavam na 3ª Vara Cível da Comarca de Sete Lagoas. Um deles foi aposentado compulsoriamente em razão dos fatos investigados pela PF.
Com os magistrados, teriam atuado advogados, administradores judiciais de falência, um servidor da Justiça e empresários. Em nota, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) esclareceu que um dos juízes mencionados, após investigação da Corregedoria-Geral de Justiça, foi afastado da magistratura pelo Órgão Especial do TJMG, que reconheceu que ele teve condutas incompatíveis com o exercício da profissão...”


Impressionante como tudo isso ocorreu na cidade durante tanto tempo e sob um silêncio geral, como se nada estivesse acontecendo, mesmo envolvendo tantas pessoas, de diversos setores. E mais impressionante ainda é que a única “punição” aos envolvidos é ver os nomes deles nos noticiários, já que na prática, nada de mais grave lhes ocorre, pois a lei trata deste tipo de delitos cometidos por eles prevê “aposentadoria”. E que aposentadoria! Um deles, nem recorreu contra o seu afastamento pelo Tribunal de Justiça de Minas.

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