Esporte

E lá se vai Jorge Sampaoli, curtir o azul turquesa do mar mediterrâneo de Marselha, sem deixar saudade nas montanhas de Minas

22/02/21 - 09:06

Minas Gerais e Belo Horizonte ficam marcados na vida de Jorge Sampaoli, cujo filho Bento nasceu na capital mineira, dia oito de fevereiro. Foto reproduzida do Instagram
Minas Gerais e Belo Horizonte ficam marcados na vida de Jorge Sampaoli, cujo filho Bento nasceu na capital mineira, dia oito de fevereiro. Foto reproduzida do Instagram

Por Chico Maia Blog

CHICO MAIA

Ele já devolveu a bela casa de Lagoa Santa à imobiliária, o mesmo acontecendo com seus auxiliares e seus imóveis alugados em Belo Horizonte e Nova Lima. Só ainda não bateu martelo com a diretoria do Atlético porque negocia a saída sem pagamento de multa. Isso poderá ocorrer, caso o time se classifique direto para a Libertadores, ficando até em quarto lugar no Brasileiro. O contrato prevê um prêmio, e se isso ocorrer, o valor, em torno de R$ 4 milhões, é semelhante ao que ele teria de pagar de multa rescisória.

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Torcedores brasileiros desembarcam na
Estação Saint-Charles, de Marselha, em 1998.
“Sampaoli fecha com Olympique e vai à França em 26/2…” informou o Guilherme Piu, ótimo jornalista do Uol, na manhã deste domingo.

Cada um sabe onde o calo aperta e cuida da sua vida. Morar na França, receber um gordo salário em euros é altamente atrativo para qualquer mortal, principalmente Sul-americano. Dirigir um grande clube europeu, morar numa cidade como Marselha, vixe! É tudo que o senhor nascido em Casilda, nos arredores de Rosário, província de Santa Fé/Argentina, gostaria. Claro que ficou fascinado com a ideia, e que seja feliz lá. Se não teve interesse em aprender um mínimo de português no Santos nem no Galo, certamente vai se esforçar e contratará uma boa professora de francês para se virar na “Provence”. Já o imagino fazendo biquinho e trejeitos para se comunicar à beira dos gramados com os seus jogadores. Também para pedir comida nos restaurantes, comprar no comércio em geral ou se informar e pegar trens nesta estação de Saint-Charles, da foto acima. Os franceses, com razão, fazem muita questão do seu idioma.

Tive o prazer de conhecer Marselha na Copa da França em 1998. A seleção do Zagallo venceu a Noruega lá, 3 a 2. Sampaoli poderá pegar sua bicicleta ou sair à pé pela Avenida Prado, tomar o Boulevard Michelet e chegar ao estádio Vélodrome, curtindo a brisa e a beleza do Mar Mediterâneo. Se não cometer as esquisitices nas escalações diferentes, a cada jogo, do Olympique, como fez no Atlético, poderá durar bastante lá. Mas é bom não desfazer logo as malas e nem alugar casa por período muito longo. Se os resultados não chegarem logo, a demissão é garantida, sem a paciência e tratamento privilegiado que tem por aqui. Aliás, esta “paciência”, só ocorre por que a torcida não pode comparecer aos jogos. Se pudesse, ele e a diretoria não teriam suportado a pressão.

Desejo sucesso ao Sampaoli na sequência da carreira dele. Não deixa saudades por aqui, mas inegavelmente é um bom treinador. Não aquilo tudo que quer fazer parecer, mas é bom sim. Sobre este um ano dele no Galo, penso muito parecido com o Alexis Campos Alves, que me enviou este e-mail depois do ridículo 1 a 1 com o Bahia no Mineirão:

* “É, meu caro Chico…

Já faz alguns anos nos quais o Atlético fica refém de treinadores arrogantes e insensíveis às manifestações da torcida e da imprensa. Diego Aguirre, Levir Culpi em sua última passagem pelo clube, Dudamel e agora Jorge Sampaolli.

Com Zaracho (que custou seis  milhões de dólares) e o ídolo artilheiro Tardelli no banco, Sampaolli aceita o empate com o Bahia) tendo ainda o direito a realizar duas substituições, sem apresentar nada de diferente pra quem exigiu tanto. Seria uma tentativa de provocar a demissão pra não pagar a multa rescisória? Ou apenas a constatação de que é um técnico supervalorizado com um ego maior que ele mesmo?

Independentemente das razões, creio que a tal cláusula de desempenho deveria ser obrigatória não só para jogadores, mas para técnicos também. Qualquer trabalhador comum que demonstre tanto desinteresse em suas atividades e apresente resultados tão pífios sem o mínimo de autocrítica seria demitido.

Lembro-me do time que chegou à final do Brasileiro em 1999, muito mais barato, porém extremamente mais empenhado em campo. Ou, alguns anos depois, Márcio Mexerica fazendo mais gols que Vargas e Sasha juntos.

Não é apenas a arbitragem que precisa de profissionalização, os gestores também. Como diz a Gabriela Priolli (advogada, apresentadora de TV): menos paixão e mais razão. No milionário negócio futebol, a obrigação de dar resultados não é uma questão apenas ética. Precisa estar registrada em contrato”.

Grande abraço!!!

Alexis Campos Alves

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No intervalo de Brasil x Noruega em 1998, o Francês, da Torcida Máfia Azul, zoa a mim e ao Haroldo Ferreti (em frente), também atleticano, baterista do Skank. À direita o Henrique Portugal, tecladista, um dos ícones cruzeirenses na banda. A música Uma partida de futebol” era uma das escolhidas pela FIFA para tocar, antes, no intervalo e depois de todos os jogos da Copa da França.
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Chico Maia Blog

Jornalista formado pelo Uni-BH

(antiga Fafi-BH) e advogado pelo Unifemm-SL.

Trabalhou nas rádios Capital, Alvorada FM, América e Inconfidência.

Na televisão, teve marcante passagem pela Band Minas e também RedeTV!.

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