Dez minutos com a mulher mais votada da cidade

Nas últimas eleições, o coeficiente feminino na Câmara Legislativa dobrou, passando de duas para quatro vereadoras a ocupar a titularidade dentre as dezessete cadeiras da Casa. Heloisa Frois logrou êxito logo na primeira tentativa como a representante feminina mais votada, ficando em nono lugar geral na lista dos eleitos (as), com 1.491 votos.

Heloisa, porque você foi a mulher mais votada?
Eu acredito, Juninho, que assim que eu fiz os meus anteprojetos de lei na câmara e essas propostas foram se tornando conhecidas pelas pessoas, elas se identificaram com o que eu estava escrevendo ali, com o que eu imagino que é o ideal hoje para as políticas públicas de Sete Lagoas. E também porque a partir desse conhecimento, eu tive vários cabos eleitorais voluntários, que foram compartilhando entre si, entre seus grupos, familiares e amigos. Então eu acho que o sucesso se deve muito a esse compartilhamento das minhas ideias.

Também houve o dobro de mulheres eleitas. De duas foram para quatro. Sim. Isso eu vejo como um lado extremamente positivo. Nós somos a maioria do eleitorado no Brasil e ainda temos menos de 13% de representatividade nas esferas públicas. Então acredito que hoje as mulheres estão mais conscientes, estão mais ativas na política e eu desejo sinceramente que essa participação, que essa presença feminina, cresça a cada pleito que tivermos aqui no país.

Enfim a câmara mudou.  65%, com 11 novos (as) vereadores (as). O que o eleitor quis dizer com isso?
Exatamente o que você disse: renovação. As pessoas estão mais atentas aos seus direitos, estão mais atentas ao que o município precisa reverter de serviços públicos e de atendimento público. Eu acho que as pessoas, por incrível que pareça nós temos a tendência de nos afastarmos da política, mas eu acho está acontecendo o movimento contrário. As pessoas estão mais interessadas no que está acontecendo na política, no que está por trás da política e quais são as ações políticas que trazem benefícios para a população em geral. Eu acredito que essa manifestação foi vista agora nas urnas, né?! Esse desejo por renovação, uma política mais atuante, mais próxima da população.

Antes de ingressar na vida pública, na esfera privada você presidiu uma associação destina às mulheres empreendedoras e também trabalha na Associação Comercial e Industrial (ACI).  As suas principais bandeiras serão o empoderamento feminino, o empresariado e o comércio?
Eu falo que eu não tenho uma bandeira especificamente, mas eu tenho bandeiras muito prioritárias. Precisamos estar atentos sim à revisão de uma série de leis do município que hoje estão tornando a cidade inimiga de quem quer empreender, processos extremamente burocratizados, leis com majoração de impostos e taxas acima de limites possíveis de se praticar. No empoderamento feminino, eu tenho como projeto criar um centro de referência da mulher, onde ali ela tenha assistência médica, assistência psicológica, assistência jurídica, ferramentas de empreendedorismo e que ela tenha um atendimento no centro único para todas as suas necessidades. E também uma das minhas bandeiras é fazer uma gestão contingenciada do uso do dinheiro dos recursos públicos, verificando, alocando e sinalizando para o poder público onde melhor investir, com menor regasto do dinheiro público.

Como representante da renovação, provavelmente deverá ser cobrada por mudanças. Você já fez algo diferente dos outros candidatos na sua campanha?
Sim. Eu não usei recurso público na minha campanha. Não usei o fundão ou fundo partidário, existem várias denominações para esse recurso. Porque eu acredito que o recurso público deve ser usado para a população. Eu fiz a minha campanha de uma maneira enxuta, com peças que fossem entendíveis pela população como um todo e eu fiz um orçamento muito enxuto, porque eu tive doação voluntária de valores das pessoas que acreditavam nas minhas propostas para investir na minha campanha. E uma coisa que é muito clara para mim é que eu não vou utilizar os veículos que câmara disponibiliza para os vereadores (...)

TUDO ISSO EM DEZ MINUTOS E NEM UM SEGUNDO A MAIS! 
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