Crônicas

Tempo de espera

29/11/21 - 17:55

Por Élida Gontijo

Élida Gontijo

Num piscar de olhos o ano passou, apesar de muitas angústias e preocupações com a pandemia.

Já é o momento de preparar para receber aquele que durante o ano inteiro me manteve de pé, guiando meu caminho em cada passo. Já arrumei minha casa para espera-lo, adoro essa época, apesar de tantas desigualdades que meus olhos alcançam. Gosto de colocar cada enfeite mentalizando boas energias, agradecendo por tudo que vivi durante o ano, recordando todas as pessoas que passaram por meu caminho e pelo que trouxeram e levaram de mim.

É preciso desfiar as palhas da manjedoura, deixa-la bem confortável para receber o nosso menino. Ao mesmo tempo,  tentar fazer que o nosso coração manjedoura do próximo também saiba ser confortável a quem precisa. 

O momento é de gratidão, reflexão, mudança de postura, deixar para trás aquilo que pesa, suavizar a carga, tornar-se leve.

Não foi um ano fácil, mas aprendi muito com ele e recebi muitas bênçãos que foram além do esperado. Posso sentir realizada em meus projetos, tive três textos publicados em três antologias diferentes, com escritores do Brasil inteiro. Agora me sinto uma verdadeira rabiscadeira de palavras. Enquanto muitos perdiam emprego, consegui mais um e fui feliz trabalhando nos dois. Só tenho mesmo a agradecer.

A manjedoura está preparada na sala da minha casa para receber o aniversariante. Meu coração se aquieta , apesar do cansaço, abre em amor, esperança, acolhimento para o Rei Menino e para quem queira ficar.

Peço ao Menino Jesus que nasça nos corações dos meus amigos, da minha família, na casa abastada, na casa humilde, naquele que não acredita e em quem acredite sempre.

Sim o momento é agora, abra o coração, espere em silêncio, pois ele vai chegar!

"Tu vens, tu vens, eu já escuto teus sinais.”  

Novembro de 2021.
 

Élida Gontijo

Élida Gontijo