Coluna Espírita

Levantar-se

14/03/21 - 08:22

Por Aloísio Vander

ALOÍSIO VANDER

“A ti te digo, levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa.” (Marcos, 2:11)

Temos nesse versículo, o caso do paralítico que teve que ser introduzido na casa onde Jesus se encontrava, através do teto, com a remoção de parte do telhado, por causa da multidão que se aglomerava à porta, obstaculizando a entrada.

Jesus, longe de se aborrecer pela ousadia dos que conduziam o paralítico, admirou-se de sua persistente fé.

 Imediatamente, o Divino Médico ordenou-lhe que se levantasse, e ele ficou são.

 A maioria dos enfermos que buscam apoio religioso aguarda a cura esperando, passivos, por um milagre. Não esboçam qualquer disposição de se “levantarem” moralmente. Nem de longe cogitam que essa é a única forma de obterem a cura definitiva, uma vez que muitas enfermidades têm nascedouro nas profundezas da alma desequilibrada.

O Mestre ainda lhe determinou que erguesse o seu próprio leito.

O leito é a estrutura que serve de base para a sustentação do corpo em momentos de repouso justo ou nas horas de enfermidade. Cada espírito, porém, estando plenamente saudável, não deve ser pesado aos semelhantes, colaborando, no limite de suas forças, com a manutenção da harmonia dos ambientes por onde circule.

Por fim, o Cristo, que poderia convidar o ex-inválido a segui-Lo, na condição de discípulo, ordena-lhe (observe-se que todos os verbos do versículo estão no imperativo) o retorno a penates, isto é, ao seio familiar.

O Espiritismo nos ensina que os espíritos reunidos debaixo do mesmo teto já viveram juntos em outras encarnações, arregimentando afinidades e antagonismos entre si.

A providência divina os reúne novamente para a imprescindível harmonização ou consolidação de valores. No entanto é comum, após os primeiros embates, a fuga espetacular, que significa adiamento de compromissos.

Muitos se ausentam indiretamente do lar, mergulhando no serviço religioso, ou no trabalho profissional, na triste ilusão de que uma atividade seja capaz de substituir a outra.

O ex-paralítico havia quitado os débitos que o levaram à paralisia. Mas ninguém pode estacionar. Era preciso prosseguir trabalhando, galgar patamares mais altos. E Jesus apontou-lhe a família como sendo o “degrau” imediato a galgar.

Aloísio Vander