Coluna Espírita

Quem é Jesus?

20/12/20 - 06:52

Por Aloísio Vander

Aloísio Vander

“Antes de tudo, precisamos compreender que Jesus não foi um filósofo e nem poderá ser classificado entre os valores propriamente humanos, tendo-se em conta os valores divinos de sua hierarquia espiritual, na direção das coletividades terrícolas.” 

Esta advertência é de Emmanuel, guia do médium Chico Xavier. Ela é muito oportuna, visto que as opiniões sobre as características da personalidade de Jesus costumam apresentar certas distorções entre cristãos de diversas correntes e mesmo entre espiritistas. 

Para os muçulmanos, Jesus foi um profeta da mesma linhagem de Maomé. Segundo muitos judeus, o Mestre Divino foi apenas um falso missionário. Na visão dos gnósticos, Cristo e Jesus seriam seres distintos. Mesma opinião apresentada pelo Espírito Ramatís, que afirma ser Jesus o “médium mais perfeito” do Cristo. 

Muitos cristãos acreditam que Jesus é a manifestação em carne do próprio Deus. 

O Docetismo, doutrina cristã do Século II, defendia que o corpo de Jesus não era de carne, e que sua crucificação teria sido apenas aparente. Alguns poucos espíritas participam desta crença, que foi introduzida em nosso meio pelo advogado francês Jean-Baptiste Roustaing. 

Na visão espírita, contida nas obras de Allan Kardec e de Espíritos respeitados como Emmanuel e André Luiz, as características de Jesus estão bem definidas. 

Em parte alguma de suas obras, Kardec faz referência, nem de longe sequer, que Jesus seja alguém distinto de Cristo e, muito menos, que Ele tenha tido um corpo diferente dos demais homens. 

Para a Doutrina Espírita, Jesus não é Deus, mas um Espírito que atingiu a perfeição sideral, tornando-se modelo de perfeição moral para os Espíritos vinculados ao planeta Terra, bem como para a humanidade de outros orbes, que desconhecemos. 

Jesus é o governador espiritual da Terra. O seu nascimento, em carne e osso, representa o marco definitivo “da maioridade espiritual da Humanidade terrestre”. E sua trajetória, da manjedoura à crucificação, e desta à ressurreição, é o roteiro evolutivo simbólico a ser percorrido por todos nós. A manjedoura a simbolizar a humildade, a crucificação, a anulação do ego para a realização do sacrifício em favor da coletividade, que tem como consequência a ressurreição que significa a libertação definitiva dos ciclos de reencarnações em planos inferiores.

Aloísio Vander