Coluna Espírita

Coluna Espírita | O grande incompreendido

30/11/20 - 10:31

Por Aloísio Vander

A Palestina, ambiente escolhido por Jesus para lançar as bases de sua doutrina de amor universal, sempre foi palco de intensas lutas e trânsito de inúmeras etnias, conforme a própria Bíblia nos assinala.

O povo hebreu, por sua vez, lá chegou como estrangeiro conduzido por Abraão. Mais tarde, outra invasão se fez necessária, após o regresso do Egito.
Os hebreus, ao longo de sua história na Palestina, sofreram com diversas invasões e dominações estrangeiras: egípcios, mesopotâmicos e, por fim os romanos, protagonistas da dispersão desse povo pelo mundo.
Nesse contexto conturbado, tendo como pano de fundo, de um lado os dominadores romanos e, de outro, os teocratas ortodoxos do judaísmo, nasceu Jesus, o Governador do Planeta.

Por que teria Ele escolhido ambiente tão hostil e aparentemente tão estéril?
Mais uma vez recorremos a Emmanuel:
“E, recordando esses apontamentos da história, somos naturalmente levados a perguntar o porque da preferência de Jesus pela árvore de David, para levar a efeito as suas divinas lições à Humanidade; mas a própria lógica nos faz reconhecer que, de todos os povos de então, sendo Israel o mais crente, era também o mais necessitado, dada a sua vaidade exclusivista e pretensiosa ‘Muito se pedirá de quem muito haja recebido’, e os israelitas haviam conquistado muito, do Alto, em matéria de fé, sendo justo que se lhes exigisse um grau correspondente de compreensão, em matéria de humildade e de amor.” (A Caminho da Luz, cap. 7.) 

De fato, naquela vasta região, onde predominava a idolatria politeísta, os hebreus cultuavam o Deus único e seu livro sagrado, a Bíblia, repositório de conhecimentos elevadíssimos, credenciava aquele povo sofrido a receber o Messias que, aliás, era esperado em profecias exaradas por todos os livros santos da Antiguidade.
Mas as mentes brilhantes do Judaísmo de então não compreenderam o Salvador, ou não O quiseram compreender.

Hoje ainda, para a maioria de nós cristãos, Jesus permanece o grande incompreendido. Declaramo-nos cristãos, mas seguimos o Mestre apenas com palavras, olvidando, na prática, a sua inesquecível advertência: “Quem não leva a sua cruz e não me segue, não pode ser meu discípulo.”

Aloísio Vander
aloisiovander@yahoo.com.br

Aloísio Vander