Coluna Espírita | Aparências

01/11/20 - 08:00

André Luiz, no seu livro “Os Mensageiros”, nos chama a atenção para uma dificuldade comum aos Espíritos pouco evoluídos, que é a deficiência para ver com profundidade. E se os desencarnados ainda padecem dessa dificuldade, tanto mais os que permanecem obliterados pela matéria densa do corpo físico.

Na mencionada obra, Aniceto, orientador espiritual de André Luiz, explicou-lhe que a sua capacidade de ver poderia ser melhorada. Para tanto, ele passaria por uma operação magnética, análoga às por que passam os Espíritos que reencarnarão na condição de médiuns.

Aniceto esclareceu: “Quando na carne, somos muitas vezes inclinados a verifi¬car tão somente os efeitos, sem ponderar as ori¬gens. No mendigo, vemos apenas a miséria; no enfermo, somente a ruína física. Faz-se indispen¬sável identificar as causas.”

 

Essa explicação do mentor nos trouxe à tela mental um caso ocorrido com conhecido médium e expositor espírita de Belo Horizonte.

Certa ocasião, ele visitou um amigo que se encontrava internado, tomado por um câncer que lhe deformara completamente a face. Diante do amigo, inconsciente devido aos fortes sedativos, chorou penalizado, ao mesmo tempo em que reflexionou, quase em oração, concluindo que o companheiro já havia sofrido o suficiente e que estava passando da hora dele ser libertado da prisão material.

Na noite imediata, após recolher-se ao leito, o referido médium, agora conduzido à dimensão espiritual pelo sono mais profundo, reconheceu-se de volta ao hospital, novamente junto ao leito do amigo visitado há pouco, quando em vigília.

 

Mas, ah, que surpresa! O amigo estava sentado no leito, e seu rosto estava rejuvenescido e perfeito, ou melhor, quase perfeito, porque no canto da sua boca ainda havia uma pequena nódoa.

O companheiro, muito lúcido, após cumprimentá-lo com um sorriso, falou suavemente: “Querido amigo, hoje, quando me visitou, pude perceber o seu desejo pela minha imediata desencarnação. Gostaria de pedir-lhe que apenas pedisse a Deus para que a sua vontade se cumprisse em mim. Veja o meu rosto. Está quase limpo. Ainda necessito de ficar um pouco mais na carne para que ela termine de absorver essa mancha (apontou o canto da boca) e eu não necessite mais regressar a esse mundo.”

Impactado por tal revelação, o médium despertou alta madrugada, não mais conseguindo conciliar o sono naquela memorável noite.

 

Aloísio Vander

aloisiovander@yahoo.com.br