Coluna Espírita

A terra misteriosa e indevassada

13/12/20 - 08:30

Por Aloísio Vander

ALOÍSIO VANDER
aloisiovander@yahoo.com.br

“Saiu Jesus dali, e foi para a sua terra, e os seus discípulos o seguiam.” (Marcos, 6:1)
Jesus é o Divino Amigo da Humanidade e, nessa condição, nunca se deu ao luxo de se fixar em determinado ponto para que os necessitados afluíssem na sua direção, esperando ele confortavelmente os beneficiários.
 
Jesus vivia em Cafarnaum, em casa de discípulos fiéis, de onde partia para incursões incessantes por todas direções em torno do Mar da Galiléia e de outras regiões mais distantes.

É curiosa a expressão do evangelista Marcos ao afirmar “sua terra”. Leva-nos inicialmente a pensar em questões de pertencimento. Jesus é um espírito da categoria mais elevada. Ele tem trânsito livre por todo o Universo, executando a vontade do Criador, construindo mundos, conduzindo humanidades...

“Jesus é definitivo e único para a realização da luz e da verdade em cada homem”, disse Emmanuel. E Kardec já havia afirmado: “Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava.”

No versículo citado, retirando o espírito da letra, o Mestre nos ensina que não devemos nos furtar em buscar as nossas raízes, adentrar na terra onde a nossa história tem origem, o ponto de partida de quase tudo que acontece em nossa vida: a terra misteriosa e indevassada da nossa mente. Nela, quase sempre temos realizado pouco, pois seguimos praticamente os mesmos padrões de ontem, com raras exceções. 

Estamos longe, muito longe de sermos mestres como Jesus porque, antes disso, teremos que nos tornar senhores de nossas emoções e criações mentais.

 Para aspirarmos a essa posição de senhor de nós mesmos, devemos adentrar sem medo nesse território ignoto para, pouco a pouco, com muito esforço, ir alcançando o pleno domínio das nossas faculdades psíquicas, pondo-as inteiramente a serviço da construção da nossa plenitude espiritual.

Aloísio Vander