Élida Gontijo - Dia do amor

12/06/20 - 15:49

Élida Gontijo
Élida Gontijo

Apesar da pandemia e tudo que ela traz como: incertezas e uma longa espera, tenho achado que os dias estão passando muito rápido. Trabalhando e também fazendo outras atividades ocupo bastante meu tempo. Fiquei assustada quando percebi que estamos no mês de junho, mês de tantas festividades como citei no meu texto da semana passada. Hoje já é dia dos namorados, percebo as lojas divulgando mil possibilidades de presentes, as redes sociais pingam corações e esbanjam cenas românticas. Se tivesse a oportunidade de mexer no calendário, faria um dia do amor, vivenciado todos os dias. Nesse dia cada um daria um presente ou seria melhor dizendo, presença na vida de alguém. Não importaria se quisesse homenagear o namorado, namorada, marido, esposa, esposo, irmão, irmã, primos, vizinhos, colegas de trabalho, amigos ou quem sabe resolvesse dar amor para a primeira pessoa que passasse em sua frente, logicamente depois da pandemia , pois amor não combina sem abraço, carinho.


Fico imaginando alguém chegando na casa da vizinha com algumas flores colhidas ali mesmo no seu próprio jardim, amarradas com o laço da amizade, perfumadas com a fragrância do afeto. Tocando a campainha e dizendo: -Hoje é dia do amor , trouxe umas flores e queria que soubesse que gosto muito de você.


As ruas ficariam cheias de pessoas com coisas variadas nas sacolas, caixas, dependendo da criatividade de cada um. Acho que no dia do amor esperaria a senhora que busca a coleta seletiva em minha casa e daria pra ela um vestido bem colorido e um lenço combinando. Acho que ficaria linda assim e de longe poderia identificá-la quando viesse em minha casa.  


Ficaria torcendo para alguém dar um presente pra quem varre nossas ruas. Para o carteiro ou carteira que só vemos quando temos de assinar algum papel. Mereceria também ser presenteado o motorista do SAMU que corre em busca de salvação, luta pela vida do outro.


Quantas pessoas merecedoras de presentes no dia do amor, nada caro, mas criativo, se possível criado por quem presenteia. Seria o momento de desenvolver a criatividade. Cada um oferecendo aquilo que conseguiu preparar com amor, quem sabe um bilhete, um cartaz, um doce gostoso, um trabalho manual, ficaria a critério de cada um.


Teríamos sorriso no rosto, paz no coração, seria proibido reclamar da vida, fazer fofoca, aquele dia você dedicaria ao seu homenageado ou homenageada. Quando o sol se pusesse você sentaria com seu amor e mostraria a riqueza da natureza, as cores do entardecer e quando a noite chegasse mesmo com o coração doendo você se despediria e desejaria muito amor e que cada um partisse enamorado pelo outro, seguindo muitas vezes rumos diferentes, mas com a certeza que qualquer maneira de amar vale a pena. Feliz dia do amor!

 

Élida Gontijo- Junho 2020. 

 

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