Por Padre Warlem Dias
Coluna Católica
Abril Indígena - Semana dos povos indígenas
Padre Warlem Dias
SOBREVIVÊNCIA E RESISTÊNCIA"Meu pai contou para mim, eu vou contar para meu filho. Quando ele morrer? Ele conta para o filho dele. É assim: ninguém esquece." Kelé Maxacali
A defesa dos povos indígenas é compromisso cristão.
O abril indígena não é arremedo de um “não indígena” de penas e cocar. A semana dos Povos Indígenas objetiva dar a conhecer à sociedade, a realidade e diversidade dos povos indígenas e suas lutas por direitos na superação de preconceitos e discriminação.
Ao fixar o nosso olhar nos Povos Indígenas, vem na memória uma longa e traumática história de invasão, sujeição, violência e negação da identidade que perpassam os nossos dias. Tal qual, um rolo compressor, o projeto colonizador esmagou as aspirações mais profundas dos povos originários.
Na pandemia a luta é contra os vírus que encobrem e matam seus direitos à terra do bem viver. Os povos indígenas não querem somente dançar e serem fotografados como exóticos. Querem ser reconhecidos e ouvidos ao falar de terra, língua, religião, saúde, educação, violência ...
Dos 18 povos indígenas presente em Minas, destaco: “O Povo Kaxixó, guardião do cerrado”
“Ao levantarmos a nossa história, nos levantamos também”. Cacique Nilvanio
Sou índio kaxixó, na luta vou entrar (bis). Conquistar a nossa terra e pra sempre aqui morar (bis). Com muita coragem e vontade de vencer (bis). Sou índio e vou à luta pra vitória a gente ter (bis). Cantando e dançando para nossa festa animar (bis).
Povo resistente e sobrevivente na luta pela terra e no reconhecimento étnico. Hoje, 29 famílias, cem indígenas. Localizados às margens do Rio Pará, no Capão do Zezinho - Martinho Campos/MG, espremidos pela monocultura do eucalipto, vivem em 20 dos 5.411 hectares de direito. Silenciados e perseguidos, perderam a terra, língua e religião. Reconhecidos oficialmente em 2001 e negados localmente.
No lugar da proteção à vida e a ecologia, interesses econômicos falam mais alto do que a terra do povo Kaxixó, embargada na Justiça Federal.
A parceria e presença do Cedefes, CIMI e CPT ao acompanhar a luta do povo kaxixó, contribuem para organização de sua história, cultura e dos testemunhos arqueológicos que existem na área kaxixó, na afirmação de sua identidade e conquistas por direitos.
A Diocese de Sete Lagoas, através da Promoção humana e Ecologia Integral, quer contribuir na luta pela terra e identidade do povo kaxixó.
Padre Warlem Dias
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