Ato ecumênico por liberdade religiosa será realizado nesta sexta-feira no Casarão

Programação prevê falas de diversas lideranças religiosas e celebração da Festa de Iemanjá, garantida por lei

02/02/24 - 11:00

Foto: Marcílio Camargos (Coletivo Interiorizar)
Foto: Marcílio Camargos (Coletivo Interiorizar)

O Centro Cultural Nhô-Quim Drummond (Casarão) receberá nesta sexta-feira (2), a partir das 18h30, um ato ecumênico contra a intolerância religiosa e em favor da liberdade de cultos. Estão previstas falas de lideranças religiosas de Matriz Africana, católicas e evangélicas, bem como a celebração da Festa de Iemanjá.

O evento é uma iniciativa conjunta de alguns templos de Umbanda e Candomblé da cidade e conta com apoio da Prefeitura Municipal, da Secretaria Municipal de Cultura, do Centro Cultural Nhô-Quim Drummond, da Federação Social e Cultural Afro Brasileira (FESCAB) e do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (COMPIR).

A legislação de Sete Lagoas estabelece que sejam realizadas ações dessa natureza para celebrar o Dia Municipal do Respeito à Diversidade Religiosa que foi instituído no calendário oficial do município como dia 30 de janeiro pela Lei Municipal 8829/2018. O ato também faz valer a Lei Municipal 8771/2018 que oficializou a Festa de Yemanjá em Sete Lagoas no dia 2 de fevereiro alterando a Lei 4042/1988.

Fabiano Santana, é membro da casa de Candomblé Angola Kubata Danda Mean Keu Amaze e um dos organizadores do ato, explica que “a iniciativa deste ato foi tomada por adeptos de algumas casas de matriz africana da cidade para que estas leis possam servir de instrumento real para cultivarmos o respeito e a tolerância para com as diferenças religiosas. Devemos cultivar o respeito religioso a fim de possibilitar a convivência harmônica entre os diferentes credos”.

“É fundamental que o Estado promova a cultura de paz entre as religiões e atue também de forma preventiva a fim de conscientizar os cidadãos acerca da grande reprovabilidade dos atos de intolerância”, afirma o vereador Rodrigo Braga, que foi o autor dos Projetos de Lei que deram origem às referidas leis municipais.

Para a diretora de Cultura e responsável pelo Centro Cultural Nhô-Quim Drummond, Nana Andrade, “o ato é de suma importância para as tradições de matriz africana em nossa cidade e para a sociedade como um todo, pois dá os cidadãos a oportunidade de conhecer e desmistificar tantos tabus, medos e preconceitos corriqueiramente destinados às comunidades e religiões de matriz africana. A escolha do Casarão para abrigar o ato é muito significativa e ganha um caráter simbólico muito importante para a memória histórica da cidade, pois em cada pedra que constitui esse lugar que ja foi palco de tantas histórias, existe suor e sangue do povo negro, e celebrar a liberdade de culto, a igualdade de direitos neste espaço é fazer lembrar que a matriz Africana corre nas veias da nossa história, mesmo que muitos tentem apagar, ignorar ou esquecer, isso é um fato e não tem como negar o valor histórico e simbólico disso”.

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Por Ana Amélia Maciel
 

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